16 de abril de 2008

Revezamento X Revesamento




Outro dia peguei- me com esta dúvida ortográfica e, confesso, não me sinto nada orgulhoso em admitir...



O primeiro sentimento que aflorou em mim foi decepção e reprovação pessoal. “Como pode um marmanjo depois de 12 anos (no mínimo) estudando o bendito português, esquecer de coisa tão trivial?”. Essa era a pergunta que eu me fazia, antes mesmo de abrir o pai-dos-burros e caçar a grafia correta.



O desespero mesmo veio quando, depois da auto-reprovação, parei e comecei a tentar puxar pela memória as regrinhas de regência, concordância, vírgulação, aposto explicativo e restritivo e todos os outros monstrinhos da nossa língua... Algumas vieram. Outras,cheguei a ter a impressão de que nunca chegaram a existir. =p



O que mais me decepciona é que tenho consciência de que há pouco tempo, questão de 5 anos, eu sabia TODAS, sem titubear. Mérito para os professores de Português do CMB (Colégio Militar de Brasília) que bateram tanto e tanto na mesma tecla (desde a 6ª série) que acabei saltando das desastrosas notas 3 e 4 para 9 e 10. Ah! Dividamos o mérito. Parte vai para a aula de reforço também, que tomou todas minhas manhãs por quase 6 meses seguidos.



A questão é que o ocorrido, para mim, no momento, soou inconcebível! Não importava que o fulaninho/a mais “experiente” e com melhor cargo escrevia completamente errado, separando sujeito de predicado com vírgula, vocacionando subordinações, conjugando verbo com pronome relativo e lascando pontuação sempre que um desses aparecia. Sequer me consolava o argumento de que, em contrapartida, nos últimos 5 anos, muito havia eu aprendido sobre a operacionalização do direito em todas as suas acepções... O que eu queria era esquecer que havia esquecido como se grafava o maldito vocábulo.



Continuado minha digressão, parei, olhei para o lado e vi um engenheiro concluindo os cálculos de um orçamento. Lembrei que não me ”lembrava” de como fazer um uma PG... Havia esquecido a fórmula de Báscara, logaritmo, trigonometria, patati, patatá... Física? Nada! Geografia? Muito pouco. Química? Tive vontade de sumir! História? Só o básico... Biologia, ainda dá para enganar... Olhei ainda para os meus pares resolvendo algumas questões de registro societário e também considerei que, dependendo da questão, eu poderia ficar perdido neste quesito. Vi o economista fechando o orçamento... Eis que no turbilhão finalmente concluí: Puta merda! Eu não sei CHONGAS!



Neste meio tempo, quase que simultaneamente, lembrei do brocardo filosófico socrático “sei que nada sei”. Acalmei-me. E é claro que ele acalma! Nada mais lógico, afinal, a mente e conseqüentemente o conhecimento humano têm potencial infinito. Sem falar que os assuntos são tantos e reverberam em tantos campos que é razoável considerar impossível dominar a razão. Só que isso não reduz a minha ignorância. Muito pelo contrário!



O fato é que eu realmente gostaria de SABER!! Pelo menos aquelas coisas que me são afetas, já que as demais são “demais”... No fundo, no fundo, gostaria que fosse TUDO, maaaas, neste caso, querer não parece ser poder.



E cá estou eu, sabendo que nada sei...



Ah! E revezamento é com “Z”! Just in case....






E para os que querem conhecer coisas novas, outra bandinha – http://www.youtube.com/watch?v=T0N5YblvT1c



Duvet, by BOA


And you don't seem to understand
A shame you seemed an honest man
And all the fears you hold so dear
Will turn to whisper in your ear
And you know what they say might hurt you
And you know that it means so much
And you don't even feel a thing

I am falling
I am fading
I have lost it all

And you don't seem the lying kind
A shame that I can read your mind
And all the things that I read there
Candle lit smile that we both share
And you know I don't mean to hurt you
But you know that it means so much
And you don't even feel a thing

I am falling
I am fading
I am drowning, help me to breathe
I am hurting
I have lost it all
I am losing, help me to breathe

14 de abril de 2008

So this is goodbye


Porcelain, by Moby.

"In my dreams I'm dying all the time
As I wake its kaleidoscopic mind
I never meant to hurt you
I never meant to lie...
So this is goodbye. This is goodbye

Tell the truth you never wanted me
Tell me

In my dreams I'm jealous all the time
As I wake I'm going out of my mind
Going out of my mind

So this is goodbye... This is goodbye."


http://www.youtube.com/watch?v=D1Fcaro25Ek&feature=related (Ouçam! Vale a pena!)


Eu tenho mania de tentar explicar meus textos. Ou melhor, tenho mania de ficar me explicando de uma forma geral. Desta vez, em particular, vou fazer um esforço e deixar do jeito que está.
Interessante como o óbvio nem toda vez é óbvio, mas a ambigüidade sempre faz sentido em suas duas acepções. Nada obstante, apenas o contexto torna óbvia uma delas.


So long, my friends!


PS - Surpreendente como é sempre possível achar uma música que expresse perfeitamente um sentimento/situação (ou simplesmente parte dele/dela).

2 de abril de 2008

“Em terra de cego, quem tem um olho é rei.”

Fiz-me relapso por um tempo com meu diário (não mais tão diário assim) de bordo. Como nesse meio tempo a cabecinha da criança aqui não parou hora alguma, inevitável que um monte de coisa se acumulasse. Então, aí vai:


Ah! Já adiantando. Estava pensando como é interessante que, ponderações pessoais que, normalmente são tão ocultas, tornam-se públicas com a facilidade de um clique neste mundinho de redes, fios, transistores e cabos óticos... Lá vou eu despender meu tempo para revelar um número indeterminado de pessoas pensamentos que, no “mundo real”, a tendência seria ficarem guardados e, quando muito, abertos apenas a um número muito restrito de pessoas.


Vai entender! Imagino que a impessoalidade tem a ver com isso. Digo, impessoalidade da internet. Mas, quando usamos dessa “impessoalidade” para tratar de coisas pessoais, ela deixa de ser tão impessoal assim... Não é? Enfim! Alguém não quer arrumar um psicólogo para comentar meus posts? Poupar-me-ia bons trocados.
Vamos lá: “Em terra de cego, quem tem um olho é rei”, dizia meu velho pai.


Não sei ao certo por que, mas esse dito popular foi fonte de extrema irritação para mim.


Iniciemos do início. Foi-me relatada uma situação no trabalho onde se elogiou, bendisse-se, enalteceu-se a capacidade de uma pessoa por conta de um contato contínuo, em língua estrangeira, com outras que sabia ‘pigas’ da nossa lingüinha pátria singela. Só que a pessoa quem me relatou foi o autor da façanha. Até aí, tudo bem.


A coisa começou a me irritar quando, por conta do pouco que sei da língua estrangeira e de ter senso crítico suficiente (de uma pessoa exigente – e chato pra caralho) saber que o nível do cara é extremamente macarrônico. Melhor de que o de muita gente, mas macarrônico! Sabe aquelas pessoas que saem enfiando frases atrás de frases com pronúncia e gramática capenga, só porque acham que o tempinho fora do país auxiliou no aprendizado, aparou todas as arestas e hoje são ases? Pois bem!


Segundo ponto causador de irritabilidade: o contexto dos elogios foi o de pessoas ignorantes no assunto. Estas foram as fontes dos supostos louros. Penso que receber parabenizações alguém que é ignorante no assunto é o mesmo que não receber elogio algum, OOu assim deve ser interpretado. Agravante: do contexto, nenhuma (“péra”, vou repetir) NENHUMA pessoa tinha conhecimento ALGUM para servir como referência e validar ou não a capacidade da outra. Assim é fácil se destacar!


Terceiro e último, o ser ficou o tempo todo reiterando o assunto, mesmo depois de finalizado, se auto-validando, mesmo depois de perfeito o ato, repetindo incansavelmente o feito, para, quem sabe, escutar um parabéns, um muito bem, um sei-lá-o-quê que é esperado nessas horas...


Na verdade, eu sei. Acho que todos passamos por situações assim. Queremos ver nossos feitos reconhecidos e elogiados. Mas, pessoalmente, sempre acreditei que comentários e elogios devem vir naturalmente. E quando vierem, acho que devem ser guardados para nós, pois são frutos de esforços pessoais íntimo. Se perguntarem, tudo bem! Quando muito, compartilhar com pessoas muito próximas, mas nunca imprimir em letras garrafais para todos saberem. E pior, outros que sabem que as vírgulas da história estão um pouco deslocadas...


Óbvio que isso pode ser uma questão de personalidade, e, se for, por favor, me falem, pois essa não é a primeira vez que uma situação deste naipe me causa desconforto/irritação.


Acompanhem meu pensamento: (E quando digo meu, é porque é o MEU e quero ver se consigo repassar parte de meu processo cognitivo). Se alguém perde muito tempo para ficar relembrando algo que passou, justificando e/ou reiterando os méritos que recebeu, procurando validação é porque, provavelmente, se sente desconfortável com algo que fez neste tocante. Digo isso por experiência própria. Se/quando faço isso é porque preciso que outra pessoa me convença de que algo que fiz, e sei que está errado, não foi tão ruim assim – ou até mesmo bom. Independente se em contextos maiores ou menores. Não importa!


Onde estão os psicólogos outra vez?

E o mais engraçado é que se trata de uma pessoa próxima, sobre a qual tenho bastante apreço nos mais diversos campos.


No fundo, o que pesa é que acabo interpretando o seguinte: Quem tem um olho é rei. Quem sabe uma palavra (na terra dos iletrados) é poliglota. Quem soma 2 e 2 é gênio. Quem fala x no lugar de y onde ninguém sabe o que é o quê, é superdotado. Resultado: mediocridade.


Quem conhece, sabe. Poucas coisas me decepcionam mais do que a dita cuja. Sei lá... No fundo, acho que sou extremamente chato mesmo. Só que, como estou longe de tudo e de todos e precisava extravasar isso – aí está.


O pulo do gato está por vir... Depois de toda a irritação e decepção, o ser aqui trái sua individualidade (?), engole a crítica e nada diz. Tudo em prol da sociabilidade! Crise essencial? Um pouco... Mas isso é tema para outro post.


Trabalha, neurônio, trabalha!

22 de março de 2008

Páscoa é o meu Ovo!



"Coelhinho da Páscoa o que trazes pra mim?"


Vem Páscoa e vai Páscoa e o cântigo se consolida ainda mais nos transeuntes que se estapeiam por formas ovais de chocolate nas mega e minilojas do Brasil afora.


Difícil encontrar um que tenha passado ileso, pós passagem pelos centros de consumo, nesta época do ano. São mães frenéticas de um lado correndo e se empurrando para alcançar os frutos (de chocolate embalados em papel laminado belamente adornado em cores chamativas), pais aflitos checando o extrato da conta ao lado da lista de compras (todas com mais de 20 itens detalhadamente especificados em sabores, cores e destino), tios coçando a cabeça e olhando aflitamente para os lados, tentando encontrar os sobrinhos perdidos que, por sua vez, se preocupam em pedir, mandar, gritar e exigir tamanhos, formas e recheios, enquanto correm descontroladamente e deslumbrados com as nuvens de frutas-que-não-nascem-em-árvore logo acima deles.


Não me levem a mal, adoro crianças, mas é inevitável enfrentar o desejo de colocar o pé na frente das pestinhas quando, pela 3a. vez, passam correndo e esbarrando em nossas pernas, escorando-se e gritando: "olha tio, é esse! esse é gostoso! vou ganhar dois desse! você gosta???"...


Para completar, como bem previsível em toda tragicomédia que é a vida, teve a comemoração de Páscoa na empresa. Nada mais justo! Considerando o RH inchado, era de se esperar algo grandioso e bem organizado mesmo.


Começou com os setores todos sujos (ou devo dizer enfeitados) com palha e patinhas de tigre (acho que as de coelho -- proporcionalmente menores e mais delicadas, o que se aduz do senso comum -- tinham acabado na papelaria) grudadas nas janelas, mesas e chão das salas. Para completar, ninhos (leia-se montes de palha) no meio de cada célula (amontoado de mesas) de cada setor, cada qual com o número certo de Ovos, 1 para cada colaborador.


Eu, trabalhador que sou, fui recompensado com zero Ovos. Certamente os comentários semanais que estou ganhando peso (por conta do anti-alérgico à base de corticóide) fizeram efeito!


Não bastasse, atolado de serviço (fechamento das compensações fiscais de 4 empresas do grupo), faltando 1hr para o fim do expediente, convocam todos (sim! 760 colaboradores) para saírem de suas tocas e caçarem os ovos escondidos pelo bosque empresarial.


Caça ao (meu) ovo iniciada, larguei tudo e fui atrás do que era importante. O trabalho pode esperar. Com a animação de um bicho-preguiça (de coelhos a empresa já estava saturada), dirigi-me à moitinha do xixi (toilet). Traído pelas lebres, tropecei no bueiro que abriu fazendo o discreto som de uma bigorna caindo -- o suficiente para gerar os comentários de que o "adevogado" é tão precavido que prospecta até mesmo os buracos atrás de ovos. Ai meu ovo!


Depois dessa, concluí o chamado da natureza e voltei para o trabalho na toca. "Os outros que achem meu ovo e, se quiserem, me dêem", pensei. E assim não foi. Os 50 ovos foram encontrados e os meus não estavam entre eles. Também pudera... Ovos do ofício! Digo, ossos!


Fim do expediente. Eu era o último animalzinho do bosque a deixar a mata. Na clareira de saída, o encontro com o diretor administrativo (apropriadamente acompanhado de metade dos gestores) da corporação foi inevitável: "Meu caro, cadê os seus ovos? Não pegou nenhum?". E eu: "Não, não!! Já tenho dois!"*


Traído pelo reflexo...


Com vocês, a saga do meu OVO!!

15 de março de 2008

Vortex



Alguém lembra deste joguinho? Columns, do Master System. Para quem quiser relembrar: http://www.youtube.com/watch?v=XMLcFbGftWA (notem a música)
Sei lá se é velhice ou o quê, mas o fato é que este videozinho me fez sentir algo muito estranho, uma saudade misturada com uma nostalgia inexplicável... Um vazio meio escroto de um tempo que passou e nunca mais vai voltar. Tive (e ainda tenho) vontade de chorar, de poder voltar no tempo...

Vejo a cena perfeitamente, como se fosse um filme: eu jogando com meu amiguinho, o Mauro. Cheiro, iluminação, local tudo. Nenhuma lacuna. Até vozes e comentários. Muito estranho.


Tem umas coisas mto escrotas, né? E este não é o único que me faz sentir essa agonia... Imagino quantos são e porque fico assim...


Engraçado que, agora, depois de "velho", tinha umas músicas do Daft Punk, do álbum Discovery (Aerodynamic; Digital Love; Short Circuit) que me recordavam um pouco de alguma coisa da infância. Escutando a trilha e sonoplastia do joguinho agora entendo porque. Será que o fato de eu gostar tanto da banda e de eu ter jogado tanto tempo Columns e curtido tanto esta época estão interligados?

2 de março de 2008

Diário de Bordo # 3

Um mês de vivência se aproxima e posso dizer que minha empreitada continua tão desafiadoramente desconhecida quanto antes.

Cada um dos integrantes do grupo de desbravadores já se debandou e faz a prospecção de terreno e rituais independentemente. Uma vez por semana, há a tentativa de encontro, mas parece que quanto mais necessária a troca de percepções, mais difícil de ela acontecer.


Na última reunião, muitos expressaram preocupação com a atual postura dos nativos. É unânime o sentimento de que os pajés estão relutantes em nos aceitar no grupo. Evidente o temor pelo novo e receio de perderem o controle sobre as tarefas do dia-a-dia. Particularmente, esta postura me preocupa, afinal, foram eles que sentiram a necessidade de buscar novos ares.
Traído pela minha personalidade, tomei a frente e ousei, recorrendo à diplomacia e um quê de lógica, apontar a questão a um dos chefes. A receptividade foi muito positiva. Surpreendi-me inclusive. Me pergunto se não teria sido porque tratei logo com um dos chefes que possuem anos-experiência próximos ao meu... Já o apontamento de soluções não foi tão satisfatório. De certa forma, isso derrubou meu quesitonamento. Receio ainda ter causado uma impressão de quem busca mudar uma realidade milenar em 10 dias. Enfim! O contato era necessário.


Fora isso, passei por um teste para aferir minha proficiência na língua-alienígena, denominação que usam para a linguagem utilizada no escambo e negociações com tribos forasteiras. Muito bom saber que ainda impressiono, mesmo sem a continuidade da prática do vernáculo. Me apontaram para ensinar aqueles que desconhecem os fonemas e estruturas da língua-estranha. Por mim, tudo bem. Só gostaria de receber um destaque maior dentre eles por conta disso.


No mais, a convevivência já me ensinou expressões e trejeitos regionais. De vez em vez me pego utilizando disto como um artifício para me fazer entender melhor, encurtar a distância e, porque não, mesclar com os locais. Tenho a impressão de que conscientimente nos desvinculamos um pouquinho das nossas essências para nos sentirmos menos mal-quistos. Prefiro minha essência, confesso.


Interessante perceber que algum deles também usam do mesmo artifício. Isso cativa e conforta. A demonstração de disposição à ruptura da barreira além-mar é bastante motivadora. Pelo menos no campo pessoal, suponho.


Meu corcel branco foi levado por reitores. "Viola os regulamentos locais", disseram. Tive de me desdobrar e usar gastar muito com agrados materiais para conseguir reavê-lo. Quero mandá-lo de volta. Sentirei falta de meu fiel companheiro.


No meio tempo, estou à procura de um companheiro de outra espécie. O nome já existe: Biscoito. A caça aqui é menos despendiosa do que na minha terra natal e tenho certeza que a adapção de meu mascote será mais natural.


Quem sabe o melhor amigo do homem não me ajuda na expedição?


Recolho-me à cabine agora.

27 de fevereiro de 2008

They say there's too much caffeine in your blood stream and a lack of real spice in your life...

Este pedacinho da letra de "A Rush And A Push And The Land Is Ours" (The Smiths) soou o tempo todo em minha mente nestes últimos dois dias.

Não sei ao certo se foi o rush de adrenalina que me carregou adiante para encarar o novo mundo e uma apreensão inexperada (para aqueles que não sabem, meu carro foi apreendido), mas o fato é que tive a impressão de que tudo caminhava muito mais por conta do boost momentâneo do que por conta de um tempero especial. Difícil admitir que não é apenas essa situação que considero alinhada com o pensamento -- mas isso já é mais food for thought...

"Bom, isso é óbvio", vc pode dizer. Afinal, uma adversidade nunca se transvestirá em "tempero especial -- algo picante -- sth that spices things up". Sim, concordo. Mas até onde isso fica distante da crítica do Morrison?

Correndo o risco de ser simplista -- o que acredito que, no fundo, não é lá tão ruim -- sei bem onde o spice pode ser encontrado. Pelo menos no meu caso. Entretanto, é difícil contar com isso to keep on going quando a seguranças e portos, por questões circunstanciais de tempo estão longe... Como diz a sábia, tudo se resume à adaptação.

Contextualmente, é engraçado vislumbrar que mesmo depois do tapa na cara, Morrison cai num antagonismo essencial. "A rush and a push and the land is ours", seen as it is, I mean, as a phrase, acaba revelando que o simples cafézinho que nos impulsiona se faz suficiente para dominarmos a situação. E para onde foi o spice de tudo? Para que ele serve se o rush foi suficiente para tomar a posse da terra?

All in all, parece que o melhor mesmo é ser o fantasma problemático. Pelo menos não mais há de perder tempo com motivações ou empurrões na vida. Ainda assim ele sente falta da cama e quer voltar. Ficção se torna realidade? Quem sou eu pra dizer?

Mórbido demais? Que nada!! Acho que desta vez divaguei tanto que nem eu me entendi direito. Sequer me fiz entender. Ou fiz?

Bom, só para esclarecer; nada de mórbido. Afinal, "a rush and a push and the land is ours".

As simple as that.

____________________

Ps. Quem quiser, reporte a http://www.songmeanings.net/lyric.php?lid=13111. Pode ser que o texto de hoje faça mais sentido.

(*Imagem - direitos reservados - http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://tracosetrocos.files.wordpress.com/2006/10/if_ghost_makeoff01.jpg&imgrefurl=http://tracosetrocos.wordpress.com/2006/10/24/ghost-como-chegamos-la/&h=480&w=900&sz=144&hl=pt-BR&start=5&um=1&tbnid=T67iGQMAUx38qM:&tbnh=78&tbnw=146&prev=/images%3Fq%3Dghost%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26rlz%3D1T4SUNA_enBR261BR262)

17 de fevereiro de 2008

Diário de Bordo # 2


Passaram-se 7 dias e a pseudo-ambientação terminou. Ainda tenho minhas dúvidas se ela surtiu efeito, mas penso que não é mais hora para ocupar minha mente com isso.


Agora pedem para que eu tome parte em seus rituais diários. Prometeram me ensinar primeiro. Talvez isso faça com que eu me integre mais. Talvez! Talvez?


No mais, fui avaliado por alguns tribais que se autodenominam líderes. De fato postam-se imponentemente por sobre os demais. No tocante aos forasteiros, em sua grande maioria, são tratados com respeito, admirição, mas, ainda assim, há quem implique um quê de menosprezo. Suponho que seja por conta de nossa tenra idade.


Os agrados e iguarias típicas têm sido apresentados cada vez menos... Preocupo-me se isso pode indicar uma prática canibal...


Acredito que descobrirei isso durante esta semana.


Until then, see you when!



11 de fevereiro de 2008

Diário de Bordo # 1

A noite foi tranqüila. A calmaria ajudou no sono, mas o mormaço e calor dos ventos lestes incomodoram. Não fosse o escravo branco e quadrado que assopra ar gelado recém instalado na parede do quarto, dificilmente o sono teria sido tão bom. A intensa navegaçao pelas horas do dia também contribuiu para o descanso.

Ao raiar do sol, já estava de pé. Tomei uma chuveirada. Água de morna para quase fria. (Na noite passada estava pelando de quente). Comi e zarpei.

Mares novos, novas correntes e novos desaguas. Apesar de o adiantamento de mais de 40min no relógio, perdi-me pelos cabos frios e demorei a aportar.

O porto era seguro. Já o primeiro contato, eu não sabia. Inegável que os nativos eram simpáticos. Fui recebido bem com agrados e festas. Lembranças locais peculiares e comidas típicas nos foram oferecidos.

Então veio o contato primo. Ímpar como só poderia ser, foi um verdadeiro choque de culturas. A apresentação do cotidiano e perspectivas de projetos na tribo futura foi o choque inesperado. Muito soou diferente do que as promessas lidas nos livros e nas epístoslas recebidas há um tempo atrás, ainda quando da decisão dessa empreitada.

Vou continuar a desbravar, como todo explorador com o anseio por novidades deve ter. Mas... Será que desembarquei na praia certa?

3 de fevereiro de 2008

Nova Toca

Imagino o quão complicado seja enfrentar a realidade de uma mudança. Quer dizer, imagino e estou prestes a encarar a situação. Entretanto, minha perspectiva neste último fim de semana foi diferente: figurei como expectador.

Antigamente, creio eu, quando o grupo do ambiente selvagem necessitava de um lar mais seguro, próximo de melhores fontes de alimento, melhor clima, pastagem ou seja lá o que era interessante para eles, unia-se e tocava para o novo "buraco". Hoje em dia, parece que é quando o maldito contrato (em sentido lato) "vence", nos termos leigos, que a necessidade passa a existir.

Casos à parte, não deixo de pensar na dificuldade que é a brusca mudança de realidade. Seja no meio natural, correndo o risco de topar com um grupo mais feroz que o seu, com líderes-alfa impiedosos, ou mesmo ocupar uma gruta de um faminto predador, seja no mundinho humano, adaptando-se a novas curvas, novos cantos, iluminação, barulhos e odores, ao temor (não muito diferente àquele dos animais) sobre a segurança do novo lugar, comodidades, etc.

Acho que diferentemente de outras coisas, uma mudança não é algo que se apazigue simplesmente com a presença de bons amigos e contatos constantes com estes. Entendo que em todos os casos ela é um grande choque, que é sentido em todas as esferas (pessoais, tangenciais, internas, próprias, alheias...) e, neste sentido, sempre muito trabalhosa e de lenta assimilação.

Contudo, tentando racionalizar a questão, penso que tudo se resume ao (peço vênia para um trocadilho) "conhecido medo do desconhecido". O infame receio da "mudaça" no sentido vernacular. Sair da segurança do familiar para a incerteza do novo sempre será desconfortável.

Bom ou ruim, acredito que sempre tenha sido dessa forma. Se dessa forma não fosse, tenho minhas dúvidas se seria possível estar aqui, agora, divagando. Não houvesse algum maluco (animal ou homem) há muuuito tempo, encarado esse medo e mudado suas atitudes, enfrentado dilemas, dificuldades e tudo mais, é provável que eu estaria de quatro ruminando algo, entocado no escuro, ou, quem sabe, carregando um porrete e esgueirando-me entre arbustos.

É difícil? Certamente. Mas arrisco dizer que, em suma, isso se trata de uma questão de sobrevivência. E, com certeza, independente do local da toca, velho ou novo, sabemos aonde permanecem nossos referenciais.

31 de janeiro de 2008

"Auto-cozinhando-se"

Caldas Novas - GO.
Para os que procuram uma viagem despretensiosa a custos módicos, esta pode ser uma boa opção, principalmente para aqueles "acostumados" com os preços pouco razoáveis da alimentação e vida noturna da Capital Federal. (Paulistanos então, vão achar tudo de graça!).


No início, como toda cidade turística, ela pode parecer um tanto caótica; ruas com mãos que não fazem sentido, rapazeada "zunindo" com carros esbanjando som às alturas, polícia parada na calçada olhando feio para tudo e todos e aproveitando para dar uns sopapos nos mendigos... Mas, com o tempo, logo se revela uma cidade de personalidade ainda interiorana buscando crescer e se tornar um verdadeiro pólo para turistas.


Para os mais abastados, fica a dica (quase que imposição) de esquecer a cidade e descer 30km a mais pela estrada para chegar à Pousada do Rio Quente Resort*.
O lugar é simplesmente maravilhoso para os que lá se hospedam! Os quartos não são super luxuosos, mas a infra-estrutura conceituada em plena integração com a natureza faz a diferença! Note: hospedados! Visitantes só se ferram. Podem apenas frequentar o Hot Park (um tipo de Beach Park capenga, mas com água quente) a um preço absurdo (54 reais -- acho), não sendo permitido usufruir do ponto auge do complexo, que é justamente o parque aquático de piscinas naturais -- com fundo de areia, pedrinhas e tudo mais -- onde vc pode caminhar no leito do rio e parar de metro em metro para sentir as bolhas das fontes naturais de água quente (e também fria) fazer cócegas na sola de seus pés.


À noite, existe a possibilidade de participar dos clássicos bingos, há boas opções de bar e uma danceteria no complexo. Vale a pena!


Mas, desta vez, minha visita (foto) foi para o local dos menos abastados mesmo. Igualmente relaxante, o Hotsprings é uma opção com valores mais razoáveis. Diz aí se vcs não invejaram a foto!


No fundo, no fundo, o que vai fazer a diferença mesmo é a(o) Pirilampa(o) que vai lhe fazer companhia.


Amor, nossa próxima tem que ser para o litoral, hein!?? Depois, para o infinito e além!


Ao som de: Spider Webs (No Doubt)


Bjos e Abraços!

30 de janeiro de 2008

Meu Bebê!

Meu pequeno chegou!

Esta é a primeira vez que estou usando ele. Safadinho como toda criança, chegou em casa e, sem autorização, já começou a fazer uso da rede de um besta daqui por perto que não travou a rede sem fio.

Free wireless é o que há!

Alguém conhece aquele serviço de conexão à internet móvel da TIM? Daquele modem engraçado, que liga na USB? Estou pensando se vale a pena, considerando a viagem...
=p

Arrumei um monte de coisa no meu carrinho hoje. Tá mais tinindo do que nunca!

Frase do dia: "Esse cara é um mané." (By: Papi)

29 de janeiro de 2008

A Bun in the Oven


Na realidade, queria colocar o título como "A notebook in the oven".



Mas, além de perder o sentido da expressão -- espera de algo (originalmente de um bebê -- sim! um bebê "assando" na barriga da mamãe, aguardo o tempo de ficar pronto and "pop out, just like a toast or sth"), muito provavelmente eu seria procurado para linchamento por geeks cibernéticos, ou simplesmente amantes de informática e tecnologia (onde eu me enquadraria). Portanto, viram o problema que seria. rs. Entraria em conflito psicológico tentando agredir a mim mesmo.



Bom, o fato é que depois de muito tempo de planejamento financeiro, meu filho está para nascer. Já vem relativamente crescidinho -- Neurônios de 1.6 Ghz x2, coordenação motora de 2GB, e cérebro capaz de armazenar 120GB. Mais os básicos de me filmar em tempo real, conectar-se a redes sem fim e "outras cositas mas"...


Tudo bem que não será láaa um desses mega bebês top de linha, super ultra mega! Mas, quando se encomenda filhos no início da carreira, não dá para exigir muito.


Fui tentar trocar meus pontos de fidelidade TIM por uma celular hoje. Maldito sistema que vive fora do ar. Penso em pegar um A1200 da motorola. Sei lá. Confesso que estou meio alheio ao mundo de telefonia móvel.


Depois da tentativa frustrada, 2 expressos para consolar. =D

Tô "ligado" até agora. rs


Virtual rollercoaster ride with my darling gf today... =) Não vale o preço daquela porcaria do HotZone.


Frase do dia: "Não vem me dar choque, Dondo!"

28 de janeiro de 2008

1st Step

O título deste meu primeiro post me faz sentido de muitas maneiras; umas mais óbvias e diretas e outras nem tanto.

Primeira vez que crio um blog. Primeira vez que posto em um blog. Primeira vez que cogito compartilhar idéias (ou falta delas) por esse mundinho maluco que é a internet (teve o flog, digo, ainda tem, mas não considero a mesma coisa)...

Continuando. A iminência do primeiro passo para encarar o mundo de caça sem o conforto da toca. Primeira chance de ascenção. Primeira possibilidade de queda. Primeira ida...

Mas principalmente a primeira real dicotomia sentimental em estar verdadeiramente feliz, mas apreensivo pelas circunstâncias.

Para os que ainda não sabem, estou de mudança. Vou e meus queridos vão também (contudo, apenas em meu coração).

Lembro-me da ponderação de um amigo que questionava onde é mais fácil sentir-se feliz: se no conforto ou na aventura. Penso que a resposta varia dependendo do tempo e de pessoa para pessoa. Eu mesmo não tenho a minha. (Ou tenho e ela muda a cada segundo). Vcs têm?

Enfim! Essa não é a única proposta do meu recém-criado mundinho internético. É uma delas, mas não a única. Pretendo também compartilhar vivências, falar sobre filmes, música, fotos, bebedeiras, asneiras, piadas de papagaio e qualquer outra coisa que vier na telha. Tentar, por assim se dizer, amenizar a distância.

Por falar nisso, fiz uma cagada sem tamanho hoje. A compra que deveria ser feita, no cartão de crédito, em 6x, por desatenção, fiz em uma. Resultado: correria para tentar cancelar.

Resultado: aprendi que o vendedor pode captar ou não a compra. Nisso podemos interferir de pronto. Entretanto, a operadora do cartão, assim que aprova a operação, já a considera para efeitos do limite dele. Apenas depois de 5 dias (úteis) da não captação que o limite desconsidera o valor. Em se tratando de 4 dígitos isso me preocupa.

Vamos lá! Me digam, qual foi o "pé na jaca" da semana?