30 de agosto de 2010

Campanha Eleitoral


Ano e eleição e prometi a mim mesmo que não iria gastar tempo com um post sobre isso. Há muito o que se dizer, fato. Mas certamente pouca coisa que os leitores fiéis do Brog do Bru. Noooo! não conheçam.

Como os caros candidatos, vou quebrar a promessa. Mas só um pouquinho, como eles mesmo dizem. Na verdade vou fazer uma campanha eleitoral contra um tipo de campanha eleitoral.

Qual é? "Não vote em candidato que te manda spam!".

Pra mim, já está valendo de forma absoluta.

Cicraninho Bonzãoinho do Partido Fictício Imaginário que Existe, já era pra você! Para dizer a verdade, nunca foi. O 'já era' é só pra você não se sentir tão mal.

E tenho dito.

20 de agosto de 2010

O Asno, o Burro e o Rato (III)

Capítulo 3


Depois de algum tempo o Burro pôs-se a pensar. Estava convicto de que sua forma de viajar era a melhor de todas, mas queria ter ainda mais certeza daquilo. Ele precisava confirmar que o jeito dele era melhor do que qualquer outro. Não passou muito tempo e ele descobriu que tinha uma maneira muito fácil de certificar-se. Do outro lado, o Asno estava pensando a mesma coisa.

- “Ei, Rato!”, balbuciou o Asno, “meu modo de caminhar nesta viagem é muito bom, não é mesmo?”.

- “Sim, muito bom!”, disse o Rato.

- “Bem melhor do que a do Burro, não é?”

Mas o Rato não respondeu nada.

Em poucos instantes, foi o Burro quem perguntou:

- Rato, meu modo de viajar é ótimo, não concorda?

- Sim, ótimo!

- Muito mais inteligente do que o do Asno, não é verdade?

O Rato ficou calado. Neste momento, ele parou e percebeu que havia uma forma bem simples de ver qual método de viagem era melhor; bastava olhar para os dois lados e ver qual dos bichos, Burro ou Asno, estava mais à frente. Quem quer que fosse, seria o possuidor da melhor forma de viajar.

O Rato olhou para um lado, olhou para o outro e ficou intrigado. Olhou mais uma vez para se certificar se o que tinha visto estava certo. E estava; os dois bichos, Asno e Burro, encontravam-se exatamente no mesmo ponto da estrada, um de cada lado.

E assim o Rato saiu andando, um passo de cada vez.


Fim.


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Não entendeu porra nenhuma? Parece que está faltando alguma coisa? Está. Vejo o início da saga aqui e o segundo capítulo aqui.

17 de agosto de 2010

Encalhado?

A pegação anda ruim? E quando rola, não vai pra frente? Tá difícil encontrar o(a) parceiro(a) ideal? Depois da pegada vc logo esquece os gostos da pessoa e fica difícil pensar se vale à pena levar à frente?

Os seus problemas acabaram!


Clique para ampliar e imprimir.

E já dou a dica de uma forma original para chegar no futuro parceiro(a). Imprima um desse, dobre de uma forma simétrica e escreva numa das faces "fiquei super interessado em você".

Na balada, identifique a vítima. Chegue com serenidade, encoste na pessoa e entregue o papel. A pessoa vai ficar supresa pensando "oh! que pessoa interessante! se deu ao trabalho de escrever algo para mim!!"...

E voilá! Logo logo vc arruma alguém.

P.S.: Tá... Eu sei que gargalhadas e tapa na cara podem fazer parte da reação. Mas pensemos positivo!

7 de agosto de 2010

O Asno, o Burro e o Rato (II)

Capítulo 2



Era um dia de sol e fazia um calor agradável, embora o vento quase não ventasse. Todos os animais, Burro, Asno e Rato, estavam exatamente no mesmo lugar. A diferença era apenas a posição em relação ao muro – um do lado esquerdo, um em cima e o outro do lado direito, respectivamente. Olhavam para o mesmo lugar: as montanhas verde-musgo lá à frente, bem longe, onde queriam chegar.

Antes de começar a jornada, cada um bolou um plano para atingir seu objetivo da melhor forma possível. E os planos eram bem assim:

O Burro daria dois passos para frente e um para trás. Dessa forma, com os dois passos para frente, se cansaria um pouco mais, mas se aproximaria do objetivo mais rapidamente. Em compensação, descansaria dando o passo para trás.

Já o Asno pensou diferente: daria um passo para trás e dois para frente. Assim, ele começaria a viagem sempre descansado e teria fôlego suficiente para os passo seguintes.

O Rato não pensou muita coisa. Decidiu apenas que observaria o que o Burro e o Asno e copiaria o que achasse melhor.

A jornada começou e logo o Burro percebeu barulhos de passos do outro lado do muro. Notou também que o Rato estava sempre olhando para os dois lados e o seguia lentamente, mas sem nunca parar ou andar para trás. Do outro lado, o Asno notou a mesma coisa.

Havia passado poucos dias quando o Asno, curioso pela movimentação do Rato, perguntou:

- Rato, o que é que tanto olhas para os lados?

O Rato respondeu:

- Estou observando os passos seus e do Burro, que está aqui deste lado.

O Asno retrucou:

- Tem um Burro aí do outro lado, é?

- “Sim”, respondeu o Rato.

- “E ele também segue em direção às montanhas verde-musgo lá à frente?”, questionou o Asno.

- “É o que parece.”, emendou o Rato.

Ao ouvir o Rato murmurar, o Burro intercedeu:

- Rato, você está variando? Por que está falando sozinho, olhando para o outro lado, onde não tem nada?

- Estou falando com o Asno, que está aqui deste lado.

E o Burro:

- Tem um Asno aí deste lado, é?

- Sim. Ele está indo para as montanhas verde-musgo lá à frente, como você.

O Burro ficou quieto por uns instantes e pensou como aquele fato era curioso. Do outro lado, num caminho diferente, havia um outro ser que tinha um destino idêntico ao dele. Ficou intrigado com isso por vários dias até que lhe veio uma idéia uma estranha; quem quer que tivesse o melhor jeito de seguir viagem chegaria primeiro às montanhas e desfrutaria melhor (e por mais tempo) do belo lugar.

Do outro lado, o Asno pensou a mesma coisa.

Por muito tempo aquela idéia ficou na cabeça do Burro. Finalmente ele não se conteve e, num fim de tarde, sussurrou para o Rato:

- Psiu! Ei, Rato! Você que está observando aí de cima, me diga uma coisa: como é que é o modo de viajar do Asno?

- “Ele anda um passo para trás e dois para frente”, sussurrou o Rato de volta.

Do outro lado, o Asno escutou o Rato e retrucou:

- Rato, por que você está falando sobre minha forma de andar?

- Porque o Burro perguntou, oras!

- “Ah, é? Já que ele perguntou como ando, me diga: como é que o Burro viaja?”, emendou o Asno.

- “Ele anda dois passos para frente e um para trás”, replicou o Rato.

- Rato, e por que ele faz isso, já que poderia fazer como eu?

O Rato, que já havia perguntado ao Burro o motivo de ter escolhido aquele plano para viajar, explicou que o Burro pensava que com os dois passos para frente, se aproximaria mais rápido do objetivo e depois compensaria o cansaço de iniciar a viagem avançando com o passo para trás.

O Asno deu uma risadinha baixa, achando-se mais esperto. Pensou como era tolo o plano do Burro! Certamente chegaria uma hora em que o Burro estaria cansado demais para prosseguir, já que sempre começava se esforçando demais. Óbvio que o seu plano era bem melhor, afinal, começar a viagem descansando com certeza iria lhe poupar as forças necessárias para chegar logo nas montanhas, antes daquele bicho que estava lá do outro lado.

Assim, o Asno estufou o peito confiante e permaneceu fiel à sua rotina de viagem, sempre com o primeiro passo para trás e os outros dois para frente.

Enquanto isso, lá do outro lado do muro, o Burro estava pensando no modo de andar do Asno. Como aquela forma de viajar era boba! Imagine se fazia algum sentido você começar uma viagem andando para trás, só para estar descansado antes prosseguir! O Burro tinha certeza de que daquele jeito o Asno não chegaria a lugar algum. O melhor modo de viajar definitivamente era aquele que vinha seguindo desde o início da viagem: dois passos para frente e um para trás. Desse jeito chegaria mais perto das montanhas primeiro e ainda teria tempo de descansar. Este sim era o melhor plano!

Com isso, o Burro se gabou da sua inteligência, ergueu a cabeça, arqueou as sobrancelhas e seguiu firme na caminhada, sempre dando dois passos para frente e um para trás.


(Continua...)

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Parece que está faltando alguma coisa? Está. Vejo o início da saga aqui.


5 de agosto de 2010

O Asno, o Burro e o Rato

Capítulo 1


Lá estava. Um grande e extenso muro de pedra. Separava duas estradas de terra-vermelha batida. De um lado, um Burro. Do outro, um Asno. Em cima dele, um Rato.

O muro não era muito alto, mas era alto o suficiente para que aqueles que estivessem de um lado não enxergassem os que estivessem do outro.

O que poucas pessoas sabiam é que esse era um muro mágico; todos conseguiam ver o que estava em cima dele. Havia também uma barreira invisível que impedia que vozes de um lado passassem para o outro (apesar de sons comuns – vento, farfalhar de folhas, passos, etc. – passarem normalmente). Mas o poder mais incrível do muro era que, em alguns pontos de sua extensão, ele ficava translúcido e permitia que se visse o que estava do outro lado.

Às vezes, esse poder mágico era muito bom, pois quem estava de um lado podia interagir com quem estava do outro lado. Mas estes casos eram incomuns. Isso porque para que o poder mágico funcionasse direito, os seres dos dois lados tinham que querer ver aqueles que estavam do outro lado. Por isso, na maioria das vezes só se podia enxergar a paisagem “do lado de lá”, que era exatamente igual à paisagem “do lado de cá”.

Além disso, muitos dos raros casos em que os dois seres desejavam ver o que estava do outro acabavam tendo desfechos desastrosos. Mal os seres se viam, e, em pouco tempo, acabavam entrando em conflito, várias vezes se esbravejando e falando palavras feias um para o outro. Terminavam por seguir adiante desejando nunca mais terem que ver um outro ser na vida, praguejando e maldizendo o poder mágico daqueles pedaços mágicos do muro de pedra.

Mas essa é uma estória para outro dia. Hoje vamos falar do Burro e do Asno, que estavam separados pelo muro, e do Rato, que estava em cima dele.



(Continua...)