28 de abril de 2010

Bolsa é Gente

É, gente: Bolsa! É do acessório feminino mais popular (e badalado) que vou falar.

Participei de um fórum esta semana e muito embora o tema tenha sido direito regulatório o que mais me marcou foi a lembrança de uma figura de linguagem do português: a prosopopéia. Para quem não lembra das aulinhas de literatura, é figura que consiste na atribuição de características humanas a seres inanimados ou animais.

Por que a figura de linguagem me marcou mais que o tema do fórum? Porque eu estava cercado por cronistas (todas mulheres), que colocavam suas lindas bolsetas, expostas, belas e arrumadinhas nos assentos ao seus lados.

Não é machismo. É empirismo. Não vi nenhum homem fazer o mesmo com as pastas. Estas estavam sensatamente descansando no chão, embaixo das cadeiras.

Não que haja problema em acomodar a bolseta no assento. Em especial se estes forem abundantes. O problema é quando os assentos são poucos, e, em pouco tempo, as pessoas começam a ficar em pé porque as bolsas (eu sei que você quer ler "bolseta" - vá em frente!) estão sentadas.

E de nada adianta o olhar imbuído de semancol. A mulher não tira. E nos raros casos em que tira, o faz com cara feia. Mas não põe no chão, não; deixa no colo. Por mais desconfortável que fique para ela, a bolsa fica no colo.

Foi assim, observando o auditório com um monte de gente em pé e várias bolsas sentadas que chegue a uma conclusão: Bolsa virou Gente.

Um comentário:

  1. O pior é que é desse jeito mesmo! .... Se não parar na frente e perguntar "tem alguém sentado aqui?" vai ficar em pé. Ô tristeza...

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