Agora é assim: todos em quadrados perfeitamente simétricos cuidando de suas vidas. É claro que uns cuidam mais e outros menos (se é que cuidam). Mas o fato é que agora é assim: enclausurados em aquários até o fim do dia.
O vidro transparente, ao redor, garante a sensação de vigilância. De hora em hora aparece alguém para nos observar. Às vezes, alimentos e a tão preciosa água são trazidos... É importante (ou interessante [?] ) manter-nos vivos.
A proximidade aguça os sentidos. A claustrofobia aumenta junto com o territorialismo. Ainda que da mesma espécie, os comportamentos são diferentes. Alguns nichos que não se misturam.
Resta respeitar a individualidade. Contudo, essa é uma lição que não se aprende da escola (e muitas vezes, nem na família). O rosnar, o farfalhar, o gargalhar, o murmurar, o cacarejar atrapalham. Ânimos se exaltam. Seria isso sobrevivência?
Sempre pensei que a Era Aquariana seria uma era de fraternidade, baseada na razão. Soluções de problemas seriam constantes. Também o seriam os desenvolvimentos intelectual e espiritual.
(Contudo, tem-me parecido que a era do aquário, aqui, só enaltece o oposto. Assiste ao “dono dos peixinhos”. Mas na maioria das vezes ele sequer sabe do que acontece com e nos cardumes).
Neste contexto o natural e protecionista se sobrepõe ao racional. Talvez os peixes (e seus egos) não sejam tão capazes de se adaptar... Ora, mas também sou um peixe. Logo, essa crítica me é extensível.
Sinceramente, preferia quando habitávamos a caverna...
O que fazer? “Continue a nadar, continue a nadar”.
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